coroando os megálitos, do lado exterior - o Sol; do lado de dentro - a Lua |
As coisas de pedra antiga são enormes, por dentro e por fora. Antiga é toda a pedra, claro, mas eu quero dizer com isto o sentimento, a força interior que as anima e que sugerem. Os litorais, a todo o seu comprimento, foram passeados durante milhares e milhares de anos por multidão de seres que deixaram marcas que teria interesse conhecer e estimar. Pelo que foram e pelo que poderiam continuar a ser, doutro modo. Esses litorais têm sido, nos últimos séculos, e sobretudo no mais recente, literalmente arrasados pela “civilização”, pelo “progresso”, pela explosão da “riqueza” (explosão é neste caso uma palavra terrível, temos que convir).
O conjunto escultórico megalítico de Armando Martinez, dá-nos a oportunidade de evocar coisas que nunca soubemos, mas que estão profundamente impressas lá muito atrás, na nossa indestrutível reserva de humanidades.
o escultor Armando Martinez, no centro do espaço consagrado pela memória do ancestral |
O parque da Mealhada tem grupos de meninos que por ali passeiam, acompanhados de professoras cuidadosas, que olham para aqui e para ali, que se sentam ou passeiam ou brincam simplesmente como devem sentar-se, brincar e passear quaisquer meninos.
Agora era preciso contar a todas as pessoas da Mealhada como foram trazidas para aqui e que histórias contam pedras tão altas e solenes, e de que homens e de que épocas falam.
Ali ao fundo, por detrás do escultor, um alinhamento de menhires, rasto de estrelas que se destaca da constelação principal de forças maiores - megalíticas - e que está ao centro do espaço já consagrado pela imaginação, Estrela Polar do sentimento
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