quarta-feira, 27 de junho de 2012

Texto de José Machado Lopes, arqueólogo e amigo do artista

encontro marcado com o Sol no solstício do Verão, às 6 horas da manhã
Em boa verdade, toda a Arte nasceu com a primeira pedra talhada pelas mãos do caçador – recolector pré-histórico.
Pela Arte, os nossos primitivos ancestrais foram desenvolvendo o intelecto e, paradoxo, foram-se afastando da Natureza que lhes deu a pedra bruta, até ao ponto de a Arte ganhar autonomia.
Assim e hoje, o valor profundo da Arte reside no facto de ser algo de concreto – uma obra “inventada”, não “criada”, na qual o Artista traduz a essência mais íntima de tudo quanto o rodeia. Obra semelhante a uma ponte suspensa construída, peça  a peça, pelo Artista sobre os abismos do coração humano, por gozo infindo de descobrir os segredos da matéria e de a humanizar.
Trazer ao frondoso Parque da Cidade de Mealhada um conjunto megalítico é privilégio de que poucos se darão conta. Toda  a obra de Arte tem algo de sagrado, de miraculoso, de exorcismo, de telúrico.
A História fala-nos de uma imensidão de civilizações extintas de que perdemos o rasto consciente, mas que continuam a “viver” nas profundezas obscuras da “alma colectiva”.
Os três Artistas cooperantes neste projecto de Armando Martinez (Fernando Martins, Santos Carvalho e Xico Lucena), possuem plena consciência de pertencer à História, pois souberam penetrar os tais caminhos secretos da invenção artística.
Este impressivo monumento que trouxe até nós a mensagem druídica e mediúnica, merece ser considerado como a mais alta expressão da nossa Humanidade, porque marca a vitória do Homem rumo à sua possível verdadeira liberdade.
José Machado Lopes

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