quarta-feira, 27 de junho de 2012

as palavras solenes e indecifráveis da antiguidade




maternidades, danças, figuras do sol e da lua, e - por questão de escala - a figura do artista que mede forças com os colossos de pedra



Já por várias vezes me encontrei com petróglifos. Acho-os um espanto, sobretudo naquilo que a seu respeito é impossível saber – e é tudo, não tenhamos ilusões. Não é preciso procurar muito para mergulhar em infinitas congeminações a respeito do que significam. Fazem-me tonturas, as leituras eruditas a respeito do significado dos petróglifos.
Os homens que os fizeram, se tivessem nascido aqui e agora, surpreendiam-nos talvez com a sua capacidade de entender as coisas e muito certamente nos surpreenderiam com os enormes recursos que a vida árdua e difícil lhes permitiu desenvolver. Não sei se os petróglifos, para eles, terão sido o que nós julgamos ou melhor – sentimos – quando nos atinge a vertigem de milhares de anos de distância, casada com a sua inteligência estético-simbólica em tudo hercúlea.
Que são realizações profundamente animadas pela seriedade insondável da mente e pelo querer medir forças com a eternidade, disso não tenho dúvidas. Quanto ao labor arqueológico dos homens de hoje e à sua coragem de sabedoria, tiro-lhes o meu chapéu. Quanto ao autêntico e estrito significado de muitas coisas que ali vemos fico-me, com o devidíssimo respeito, pelo prazer de olhá-las.

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